domingo, 17 de setembro de 2017

A MÁSCARA QUE CAI DE UM GOVERNO QUE NÃO SE IMPORTA COM AS CRIANÇAS

Eduardo Simões

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__ Deu num site informativo: “quase dois professores são agredidos por dia nas escolas de São Paulo”, ao contrário do que diz a propaganda do atual governo hipercapitalista do estado, que vive a apregoar as maravilhas de suas iniciativas educacionais, principalmente nos período eleitoral.
__ Essa violência que explode, e que é oculta por artifícios estatísticos, precariedade dos B.Os e por uma política ridícula de ocultação, expressa em frases do tipo “é um caso isolado”, que nos impede de ir mais a fundo nas raízes dessa violência, tem suas causas, pressupostas (é impossível fazer um diagnóstico mais profundo) tanto na violência que campeia na sociedade, e que tem diversas causas, principalmente a econômica (o desemprego generalizado, a refluxo das atividades econômicas, etc.) e que nos indica que uma boa e profunda reforma educacional não será bem-sucedida sem uma profunda e abrangente reforma da sociedade (= projeto nacional), e a cultural (uma cultura da violência, nascida de 388 anos de escravidão, além de um estado incapaz de entender e expressar os anseios da nação).
__ Nas escolas essa violência é reflexo tanto da violência cultural, contida na sociedade, que privilegia as formas violentas de resolução de conflitos (no âmbito social) e frustrações (no âmbito psicológico), como no fracasso estupendo do estado, leia-se: o grupo no poder, de gerar e gerir uma reforma educacional dirigida a quem esta deve ser realmente gerada e gerida: crianças e jovens.
__ De fato, crianças e jovens são os grandes abandonados dessa sociedade, uma vez que, para a “direita”, a educação de crianças e adolescentes não passam de despesa, enquanto para a esquerda eles lhes são indiferentes, uma vez que crianças e adolescentes não votam, não participam de passeatas, não gritam “palavras de ordem”, etc., correspondendo, por assim dizer a um “estágio burguês” da vida humana... Que tédio!
__ O atual governo de São Paulo, equivocado ou hipocritamente, fecha escolas a mancheia, sob o pretexto de que “a população juvenil está diminuindo acentuadamente”, quando qualquer um que for às ruas ou andar pelas cracolândias paulistas e de alhures, sem falar das pesquisas em jornais, só poderá sair de lá com uma pergunta: “o que fazem tantos jovens e adolescentes aqui?” Ou ainda: “será que o melhor é fechar as escolas que já existem, como faz o atual governo, a pretexto de enxugar despesas (claro!) ou adaptar as escolas a uma redução brutal da natalidade (que não aparece nos censos ou nas estatísticas), ou antes seria melhor criar um programa que atraísse para a escola tantos jovens e adolescentes perdidos para o vício e o crime organizado, além de criar uma escola que seja significativa o bastante para as crianças e jovens que ora a frequentam, de sorte que não queiram abandoná-la?”

__ Enquanto não tivermos uma reforma educacional minimamente digna do nome e uma escola que possa ser considerada verdadeiramente uma comunidade educacional centrada nas necessidades específicas de crianças e adolescentes, essa crise só aumentará, e nós, paulistas e brasileiros, ainda verteremos lágrimas de sangue, por termos tratado de uma forma tão displicente algo tão estratégico na vida de uma nação que ainda não perdeu o respeito por si mesma, que é a formação das futuras gerações...

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