quinta-feira, 10 de agosto de 2017

À MARGEM DA LEI

Prof Eduardo Simões

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http://g1.globo.com

__ Há poucos dias, um jornal da TV mostrou um vídeo onde um policial da ROCAM, de São Paulo, aparecia executando um marginal, desarmado e rendido, com seis tiros, á luz do dia, em plena via pública, e chamou a atenção para o enorme número de pessoas que vibraram com a execução na página dessa emissora na Internet.
__ Parece-me que as pessoas estão se comportando nesses episódios como se aquilo que acontecesse à sua frente fosse como uma partida de futebol ou um game do celular, envolvendo dois times: o dos policiais e o dos bandidos, cabendo, portanto, uma torcida para ver quem mata mais, ou a vibração do desenlace, como se fosse um gol, como se o placar e a vitória fossem garantidos pelo número maior de vítimas fatais no lado oposto.
__ O que todos ignoram, ou querem ignorar nesse momento, é que as leis que regem as relações ainda humanas no Brasil, proíbem que isso seja feito, tanto do lado do bandido como do lado do policial, portanto a ação do policial deve ser condenada porque é ILEGAL, inválida e passível de punição, tanto quanto alguém que faz um gol de mão, desculpem-me a analogia, a não ser que antes mudemos a lei autorizando esse tipo de execução. Mas será vantagem criar uma lei que permita qualquer um, ou apenas um policial, a matar a quem lhe oponha resistência?
__ E quando essa violência se voltar contra pessoas inocentes? Gente de nossa própria família? Não são tantos, muito mais do que gostaríamos, os casos de policiais envolvidos com o tráfico e todo tipo de criminalidade? Que será de nós quando eles forem autorizados, a pedido da população, a executar criminosos no meio da rua? De uma coisa eu tenho certeza: só vão abater os “ladrões de galinha” ou os de menor periculosidade, como o mostrado na foto acima, um ladrãozinho de automóveis.
__ Não é nossa grande luta nesse momento por os grandes ladrões desse país, e que estão no poder, na cadeia, como para a cadeia vão os ladrões de galinhas? Não é um escândalo que alguns peçam furiosamente a prisão deste ou daquele líder político, porque desviou dinheiro público e ao mesmo tempo aplaudam uma execução pública? Ou a lei é para valer, e deve ser aplicada a todos, indistintamente, ou teremos que admitir, em lei, que uns valem mais ou menos que os outros, e assumir publicamente o caráter de um povo aberrante, de um rebotalho humano.

__ Ou exigimos que a lei seja cumprida por todos; inclusive por um de seus mais qualificados guardiões: a polícia...     

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