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ESCOLA QUE QUEREMOS NÃO É A ESCOLA QUE EU, E AS CRIANÇAS, QUEREMOS
Prof
Eduardo Simões
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Adultos conservadores, autoritários e reacionários, de esquerda e de direita, desconfiam e temem a espontaneidade,
a criatividade, o dinamismo e a sinceridade dos jovens.
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Os conservadores e reacionários, por vezes fantasiados de “revolucionários”,
encrustados em todas as organizações possíveis, costumam lançar manifestos e
movimentos na área da educação que revelam logo de saída, aos que conhecem a
luta e o cotidiano das escolas e buscam a essência do processo educacional, a sua
verdadeira natureza, que é pura reação!
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Li, no facebook, a notícia de um movimento chamado A escola que queremos, supostamente associado ao nome do educador
Moacir Gadotti e ao Instituto Paulo Freire. O nome o movimento, sem falar de
seu suposto patrono, já dizem tudo: é mais um movimento para deixar tudo como
está na escola atual; muda-se o layout, mudam-se os nomes, algo muito
importante nessa terra de apadrinhados, e o resto continua o mesmo; afinal,
quem quer essa escola? Os adultos! Estes, por acaso, de esquerda, contrapondo-se,
ao Escola sem partido, e congêneres,
da direita. São, portanto, adultos, lutando por conceitos e ideias de adultos,
algumas até bastante ultrapassadas, de uma maneira adulta, ignorando
grosseiramente o principal interessado ou vítima dessa e de todas as escolas:
crianças e jovens.
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Isso tanto é verdade que durante o episódio do impedimento, por excesso de
incompetência e ladroagem do governo Dilma Rousseff, e a quadrilha que a
cercava, as organizações de professores, o sindicato ligado ao partido da
presidenta, fez campanhas apaixonadas pelo retorno da dita cuja, enquanto
professores e alunos amargavam, de a tempos, mudanças catastróficas no sistema
educacional, principalmente em São Paulo, sem que haja tanto protesto e mobilização,
como se a sorte dos associados interessasse menos que a da senhora presidenta. O
sindicato fica parecendo uma mera correia de transmissão do Partido dos Trabalhadores
e de seus aliados, como o ex-governador Sergio Cabral e o ex-presidente do
Senado, Renan Calheiros, etc.
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Para mim é só mais uma tentativa de resgatar o mundo dos anos 1960, retomar o
modelo totalitário e falido de sociedades do século XX e parar a história; a
síndrome de Fukuyama. Adultos tentam impor às novas gerações, para sempre, o
seu modelo de sociedade, e por isso a sua proposta de escola vem sempre cercada
de adjetivos, adjetivos: “cidadã”, aqui, “popular”, acolá, cujo significado foi
criado por adultos que, na maioria das vezes, não exploraram ao máximo das possibilidades
de sua juventude, talvez até por culpa da escola de seu tempo; mas que não lhes
dá motivo para obrigar os jovens a viver a mesma trágica experiência. As
crianças e os jovens têm o direito de pensar e criar um mundo diferente do
nosso; por isso a escola nunca pode ser a que nós, adultos, de esquerda ou de
direita, queremos, mas sim a que eles, crianças e jovens, querem, de acordo com
seu nível de desenvolvimento, respeitado da forma mais estrita.
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A única escola que eu quero é aquela que crianças e jovens precisam, e merecem.
Que tal olharmos para estes um pouquinho?
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