terça-feira, 18 de julho de 2017

A MULHER E A REINVENÇÃO DO MUNDO

Prof Eduardo Simões

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Forja de civilizações

__ “A necessidade é a mãe das invenções”, dizem alguns, enquanto outros preferem dizer que “a necessidade faz o homem”. Discordo de ambos, antes acredito que o lar é quem faz o homem e cria as condições ideais para o avanço tecnológico, enquanto a mulher, fundadora originária do lar, é não só a mãe, mas a principal formadora de homens, justamente porque estar nele, mas não é só isso...
__ Não importa quem foi o primeiro a descobrir a funcionalidade da caverna ou de qualquer outro abrigo fixo, protegido das intempéries do clima, tirando a homens e mulheres da exposição permanente aos grandes predadores nos espaços abertos das savanas, pois de nada adiantaria a ida para as cavernas se não houvesse alguém para tornar habitável essa nova conquista. Entregues apenas aos caçadores, em seus momentos de repouso, elas em breves se tornariam grandes lixões ou algo parecido, como algumas repúblicas de jovens universitários, pois o embate quase diário com grandes predadores, para não falar de confrontos com grupos humanos rivais, que eventualmente invadiam sua área de caça, por inadvertência ou de propósito, devia gerar, entre os sobreviventes, uma porção de estresse, cansaço, prostração, nada desprezível. Mas homens e mulheres não se internaram em cavernas e abrigos apenas com membros e armas tão rústicas; acompanhava-os uma descoberta formidável: a produção e a indispensável, a estratégica, conservação do fogo.
__ O fogo era uma “mão na roda” quando se tratava de despejar os primitivos proprietários dos logradouros rochosos mais desejáveis, entre eles se encontrava o formidável urso das cavernas (Ursus spelaeus); e não só expulsá-los, como também mantê-los a uma distância segura. A caverna, graças ao fogo, em geral produzido por homens por meio de fricção, tornou-se um lugar seguro, mas foi a mulher que, organizando e mantendo habitável o seu interior, inclusive cuidando da manutenção do fogo, transformá-la-á em um lar, melhorando as suas condições e a de sua família, e ampliando consideravelmente as chances de sobrevivência da humanidade. Agora, ao concluir sua incursão na área de caça, tendo se defrontado em campo aberto com terríveis predadores e grandes herbívoros, igualmente mortais, um grupo de caçadores pode, ao retornar à caverna de seu grupo, encontrar um lugar seguro, iluminado, aquecido, limpo e confortável, para os padrões do paleolítico. Aí os aguradam, ansiosos, outros membros de seu grupo, com os quais mantém relações muito estreitas, membros de sua família: ascendentes, descendentes, contemporâneos, em geral mulheres, crianças e velhos. Ao redor da fogueira, saboreando o resultado do trabalho de todos, como a carne da caça e os frutos da coleta, conversarão sobre os sucessos do dia, como que em uma catarse coletiva, numa distensão geral, enquanto observam com mais cuidado as qualidades e os defeitos daqueles que lhe são mais próximos. Do local onde ardia o fogo doméstico, com tudo o que ele representa de “familiar”, e que na nossa língua se chamará “lareira”, evoluirá o termo “lar”, um paraíso privado, construído por mãos humanas.

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Caos no espaço público

__ Ocorre então, por força desse ambiente, uma verdadeira revolução psicológica; os laços afetivos se aprofundam, ganham extensão e se diversificam, hierarquizando sua intensidade preparando o homem para mais um invento formidável: a família nuclear, capaz de gerar, nas mais variadas direções, um nível de motivação que, por vezes, nem o instinto de sobrevivência consegue superar. Agora ali, na tranquilidade de seu lar, solidamente ancorado na sua afetividade, esse homem pode se dedicar ao invento de novas ferramentas, além de aperfeiçoar as antigas.
__ Muitos falam que o grande disparador do sucesso da humanidade, uma espécie animal tão frágil que, observada em sua origem, seria vista como condenada a disputar, com pequenos roedores e vegetais, os nichos mais elementares da cadeia alimentar, teria sido a posição ereta, que liberou as mãos para o fabrico das ferramentas ou ainda o fogo, que lhe deu poder sobre todos os outros animais, sua fonte mais abundante de proteínas, etc. Para mim, sem ignorar a enorme importância dos momentos anteriores, o grande evento evolucionário, que marcou definitivamente a passagem de um estado de “barbárie” e indiferenciação, para um estágio civilizacional flexível e diversificado, com um potencial tecnológico formidável, foi a invenção do lar; uma espécie cápsula de sobrevivência complexa e sutil, ao mesmo tempo material e psicológica, desenvolvida pela ação das mulheres lá na pré-história.
__ Percorrendo a evolução dos primeiros estágios da humanidade, vemos, no Paleolítico Superior, homens e mulheres a vagar indiferenciados em pequenos bandos nômades, ocupando precários abrigos temporários, dedicando-se ambos às mesmas atividades (coleta, caça pequena e necrofagia), a evolução se dava então muito lentamente – os primeiros artefatos tiveram que esperar centenas de milhares de anos antes de apresentarem melhorias apreciáveis. Nessa época homem e mulher só tinham uma preocupação: pegar o máximo de alimento que pudessem e escapar do ataque de predadores circundantes, provavelmente subindo numa árvore. Sua única proteção corporal era a densa camada de pelos que envolviam um corpo frágil, com 30 a 40 quilos de peso e pouco mais de um metro de altura. Não passavam de pequenos macacos esquisitos, com uma mania incurável de estar sempre buscando coisas no chão.
__ Nessa época, em que fêmeas e machos competiam e cooperavam pelas mesmas tarefas, não se viu nenhum progresso apreciável nas comunidades humanas, da mesma forma que machos e fêmeas de outros primatas antropoides parecem não sentir o tempo passar. Quando as comunidades humanas passaram a realizar uma certa divisão de tarefas, elas deram, sem o perceber de início, o “pulo do gato”, e geraram condições para as revoluções que se seguiram – erram muito, portanto, aquelas ou aqueles que veem a internação da mulher nas cavernas como uma imposição unilateral dos homens, numa demonstração gratuita de força, como se fora uma “prisão”, ou um processo, ainda que inconsciente de “domesticação” ou “dominação” da mulher, enquanto o homem ficava com a “liberdade” dos espaços públicos.

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Adão e Eva no paraíso.

__ A tranquilidade gerada pela organização do lar também beneficiou a mulher, uma vez que a sua contribuição à alimentação do grupo, a coleta de frutos silvestres, agora se dava em áreas cada vez mais amplas, livres de predadores, afastados pelo fogo ou abatidos por armas cada vez mais eficientes que estavam sendo desenvolvidas, o que não só ampliou o montante da coleta como permitiu-lhe, por meio de atenta observação e classificação, descobrir o ritmo e as condições ideais de maturação das sementes. Está cada vez claro que devemos às mulheres a descoberta da agricultura, resolvendo o problema da escassez crônica de alimentos, própria dos grupos nômades de caçadores e coletores.
__ Mas a situação geral das comunidades, já melhorada, ainda não era a ideal, uma vez que não havia ainda uma fonte de proteína animal que saciasse as necessidades alimentares globais do grupo. Seja como for, mais uma vez a precariedade das situações de caça ou confrontos com outros grupos, com o desfile de tragédias dele decorrente: longos períodos de afastamento dos homens, membros quebrados, gente devorada ou morta em acidentes de caça ou conflitos, doenças estranhas trazidas para dentro da família, etc. provocaram o gênio feminino a encontrar uma solução. E ela veio na forma de domesticação dos animais.
__ Durantes as caçadas, filhotes, a quem não interessava abater por seu pequeno porte, eram trazidos para a comunidade, provavelmente até como um troféu ou alguma finalidade mágica – submetê-los a rituais que permitissem de alguma forma controlar, à distância, os membros maiores daquela espécie, o que era do interesse dos caçadores – acabavam por se integrar forçosamente ao grupo. No convívio das pessoas da comunidade, principalmente mulheres e crianças, foram feitas observações valiosas sobre o comportamento desses animais, isolando e aprimorando aqueles cujas características mais interessavam ao grupo, e assim, paralelo à domesticação das primeiras espécies agricultáveis surgiu a domesticação e a criação de animais para trabalho e corte, descoberta também feita pelas mulheres. No convívio com animais e plantas, as mulheres, principalmente, puderam observar melhor o efeito da ingestão delas nos animais e em pessoas – algo semelhante era feito, de forma muito mais esporádica e em piores condições pelos caçadores, no seu campo de caça – o que lhes permitiu descobrir e aprofundar o conhecimento da farmacopeia natural (Paulo Freyre fala sobre isso, quando trata dos saberes da mulher indígena no seu Casa grande e senzala).
__ A mulher seguia expandindo as possibilidades de sua formidável célula de sobrevivência, oferecendo ao homem, de maneira muito mais fácil, aquilo que ele a duras custas pegava na natureza. A invenção do lar revolucionará a própria evolução, e nada é mais correto e apropriado do que falar em uma Revolução Neolítica, englobando a agricultura, o pastoreio, a cerâmica e a tecelagem, além da ideia de um mundo sobrenatural, capaz de estabilizar ainda mais o mundo real, já apontando para as grandes civilizações, aquela em grande parte devido à intervenção da mulher. Foi a invenção do lar, organizado e hierarquizado pela mulher, que deu substrato e possibilitou a espantoso e rápido progresso civilizacional do homem primitivo, que alguns fantasiosos preferem creditar a extraterrestres, mas que os antigos, que não o ignoravam, agradecidos expressaram esse fato na forma de elaboradas estatuetas femininas, as “vênus pré-históricas”, sem paralelo na representação masculina da época. A mulher, enquanto gênero, ganha status de “deusa” de ser extraterrestre. 
__ É interessante observar o quanto disso transparece no mais célebre mito criacionista do mundo: o de Adão e Eva. Eva fala com um animal, a serpente, como se faz num processo de domesticação, da mesma forma que é ela quem apresenta o fruto da arvore, a agricultura, para Adão comer. Pelo texto, parece que Eva foi a primeira a sucumbir e que, na sua queda, arrastou o homem, aparentemente o mal entrou no mundo pelas mãos da mulher, mas mesmo abstraindo a possibilidade desse mito ser criado num ambiente pastoril, que temia e odiava, com razão, os povos agrícolas dos vilarejos do Oriente Médio do segundo milênio antes de Cristo, a promessa de superação desse erro é feita à mulher e não ao homem, e condena o homem à agricultura, prevendo-lhe a perda de sua liberdade de caçador, a mesma que supostamente desfrutava no Jardim do Éden. Entretanto, contrariando esse início, aquele que veio reciclar a humanidade desde Adão, Jesus Cristo, tomará da agricultura a maioria dos termos que explicam a sua concepção de “Reino de Deus”. Seria o mito de Adão e Eva um relato poético não do início da humanidade propriamente dita, mas da descoberta da família nuclear, da união monogâmica (“no princípio não foi assim”)?
__ Bem, a estrutura estava montada principalmente, embora não exclusivamente, pela mulher, para que a humanidade se organizasse em pequenas comunidades agrícolas, pacíficas, sustentáveis, alimentadas pela solidariedade grupal. As aldeias, fortemente vinculadas por laços parentais sanguíneos. O conceito de família pode ser considerado como uma extensão inevitável do lar, que aos poucos se expande para ocupar áreas públicas cada vez maiores; e surgem as aldeias. Nas aldeias, espaço ocupado por uma família expandida, a tribo, representa um momento de transição da caverna para a cidade, mas talvez seja justamente nesta expansão que ela começa a perder, a ver diluído o seu caráter de “lar”.
__ Ao mesmo tempo em que a comunidade humana vivia a abundância de alimentos de origem animal e vegetal, observava-se o desenvolvimento de armas cada vez mais eficazes, tanto para a caça como para a pesca – poderíamos citar o arco e a flecha e o propulsor de azagaia ou estólica, a rede de pesca, etc – afastavam qualquer possibilidade de reação bem-sucedida por parte das presas, fosse qual fosse o seu tamanho ou periculosidade, exceto em casos de acidentes, levando algumas delas a serem extintas nesse processo. Mas se a caça já não apresentava desafios do passado, em virtude do poder advindo da posse de ferramentas tão eficientes, criadas tanto pelos caçadores no recesso tranquilo de um lar regiamente abastecido, como por artesãos hábeis e especializados, sustentado pelos excedentes gerados pela agricultura e o pastoreio, novos desafios surgem apresentados pelo comércio, feito a partir de excedentes agrícolas, pastoris e artesanais, uma nova possibilidade se abre, a saudosistas e conservadores, ciosos de seu status de “caçadores”, ao tomar conhecimento, por meio do comércio, das possibilidades de comunidades vizinhas: “por que, ao invés de nos desgastarmos, perdendo tempo e recursos, para criar nossos animais e colher nosso plantio, e ainda termos que disponibilizá-los, em demoradas negociações com nossos vizinhos, para adquirirmos matéria-prima ou artefatos que só eles fabricam, não vamos lá e pegamos isso tudo à força?” Se certo político brasileiro vivesse nesse período ele decerto afirmaria: “isso, sim, é coisa de homem!”

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Vencida a natureza, submetidos os predadores, o macho transforma o espaço público num inferno; um inferno mundial!

__ À medida que as ações bélicas, ligadas muito mais a questões de prestígio representado pela ostentação de um poder ou de uma força, de caráter tipicamente masculino, envenena as relações das primeiras comunidades humanas – o primeiro assassinato descrito na Bíblia envolve dois homens e uma questão de prestígio – o estresse da caça, que antes ameaçava a integridade do primeiro lar, agora é substituído pelo estresse da guerra intermitente, mas contínua, uma das mais “relevantes” contribuições masculinas à sobrevivência da humanidade, e de tal forma a impregnou que um dos aforismos mais aceitos e persistente nas civilizações ocidentais é: “se queres a paz prepara-te para a guerra!” Essa foi uma grande vitória do patriarcalismo belicista tradicional e a derrota de um projeto original, feminino, que se desse certo transformaria o mundo num gigantesco lar, cercado por um jardim de delícias. O conceito de civilização nasce, pois, marcado pelo medo, pela possibilidade da guerra repentina, que seria tanto mais presente e ameaçadora quanto mais criativa, abastada e esplendorosa fosse a civilização derivada do trabalho de homens e mulheres. Não é mais o fogo privado da caverna que mantém homens, mulheres e crianças abrigados, seguros e afetivos no recesso do lar, mas exércitos postados em fronteiras distantes, e até no exterior, que dão aos grupos familiares do estado moderno a falsa ideia de segurança, que o crime comum, nos países subdesenvolvidos, e os terroristas, nos mais desenvolvidos, ameaçam a cada momento. Nesses grupos familiares onde homens e mulheres se esforçam e se esfalfam para provar quem é o melhor e mais merecedor de prestígio, a partir de parâmetros quase exclusivamente masculinos, pouco importa que em algum lugar distante do planeta, um artefato de chamado “Mãe de todas as bombas”, numa afronta ao que há de mais exclusivo na mulher criadora de vida humana, destrói tudo que é vida em um largo espaço, com direito a filmagem, reprise e comemoração. O fracasso completo do projeto feminino para a humanidade, que só será maior quando todas as atividades ligadas à guerra forem exclusivamente ou majoritariamente realizadas por mulheres.
__ Fazendo uma breve conclusão, podemos dizer que, depois de garantir os alicerces civilizacionais, a mulher foi segregada ao ambiente doméstico numa posição ambígua, que variava de civilização a civilização, conforme a sua cultura lidasse com essa questão com mais ou menos “abertura” – não está claro para mim, que houve uma conspiração consciente do “macho”, passível de ser generalizada a todas as mulheres do mundo, independentemente da cultura, mas antes que homens e mulheres, ao adentrar ao estágio civilizacional, perderam elementos psicológicos e sociológicos importantes do período anterior, e ambos tombaram vítimas do medo generalizado que se criou da expectativa de guerras sempre presente, e que nessa derrocada teve maior peso a interferência do elemento masculino, pelo menos pelo que sabemos ou julgamos saber sobre a evolução das sociedades ocidentais.
__ A guerra é a antievolução, a involução. Muitos, entre os tradicionalistas e conservadores, alegam que ela aprimora o caráter, torna o homem mais valente e mais rijo para os confrontos da vida e da luta pela sobrevivência, inclusive quando na necessidade de proteger os seus do ataque covarde de agressores, alegando ainda que na guerra, premida pela necessidade, a inteligência humana trabalha muito mais intensamente, gerando grandes saltos tecnológicos. Entretanto há um grande engano em tudo isso. Em primeiro lugar as autoridades militares fazem o possível para equipar o seu exército com as melhores armas e o melhor material humano possível, portanto tem mais interesse em convocar os mais inteligentes e saudáveis jovens da nação, ou seja, justo o que há de melhor ou de mais promissor; segundo, na hora do combate, aqueles que já possuem, trazido já de casa, de sua longa convivência com os parentes, principalmente a mãe, um caráter firme e honesto, decerto não recusarão, antes se apresentarão, para a missões mais difíceis e perigosas, ao contrário dos covardes e maus-caracteres, que farão o possível, e até o infame, para se safar, e que por isso terão muito mais chances de sobreviver que os primeiros. Que dizer de ferimentos, incapacitação, excessos de toda natureza, que homens bons se vêm forçados a fazer ou a “fechar os olhos” pelas contingências da guerra? Quantos inventos, descobertas, obras de arte, poesia, literatura, exemplos de vida, não terminaram os seus dias revolto na terra dos campos de batalhas, onde gerações e mais gerações, do que havia de melhor entre os povos, foram entregues à morte precoce? E por quê?

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Um trágico engano.
  

__ Ao sair de casa para assumir cada vez mais os espaços públicos, lugares hoje de guerras, conflitos, simulações e violências variadas, a mulher pode dar uma contribuição inestimável e extremamente necessária ao aprimoramento da humanidade, à melhoria do mundo, mas antes ela terá que fazer uma escolha crucial entre duas alternativas: primeira, sair para competir naquilo que os homens já fazem e provar que ela é a “mulher-maravilha”, pela exacerbação do que há de pior no masculino; segunda, resgatar algo perdido lá no fundo da caverna, da experiência muitas vezes milenar da humanidade, projetando para fora do ambiente familiar o conceito de mundo e de humanidade como uma enorme família, feminilizando e fecundando a Terra outra vez, transformada agora em um único lar, um lar mundial para todos, homens e mulheres, um lugar, enfim, onde não pareça insensatez desejar uma vida mais longa.         

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