A
MULHER E A REINVENÇÃO DO MUNDO
Prof
Eduardo Simões
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Forja de civilizações
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“A necessidade é a mãe das invenções”, dizem alguns, enquanto outros preferem
dizer que “a necessidade faz o homem”. Discordo de ambos, antes acredito que o
lar é quem faz o homem e cria as condições ideais para o avanço tecnológico,
enquanto a mulher, fundadora originária do lar, é não só a mãe, mas a principal
formadora de homens, justamente porque estar nele, mas não é só isso...
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Não importa quem foi o primeiro a descobrir a funcionalidade da caverna ou de
qualquer outro abrigo fixo, protegido das intempéries do clima, tirando a homens
e mulheres da exposição permanente aos grandes predadores nos espaços abertos
das savanas, pois de nada adiantaria a ida para as cavernas se não houvesse
alguém para tornar habitável essa nova conquista. Entregues apenas aos
caçadores, em seus momentos de repouso, elas em breves se tornariam grandes
lixões ou algo parecido, como algumas repúblicas de jovens universitários, pois
o embate quase diário com grandes predadores, para não falar de confrontos com
grupos humanos rivais, que eventualmente invadiam sua área de caça, por
inadvertência ou de propósito, devia gerar, entre os sobreviventes, uma porção
de estresse, cansaço, prostração, nada desprezível. Mas homens e mulheres não se
internaram em cavernas e abrigos apenas com membros e armas tão rústicas;
acompanhava-os uma descoberta formidável: a produção e a indispensável, a
estratégica, conservação do fogo.
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O fogo era uma “mão na roda” quando se tratava de despejar os primitivos
proprietários dos logradouros rochosos mais desejáveis, entre eles se
encontrava o formidável urso das cavernas (Ursus
spelaeus); e não só expulsá-los, como também mantê-los a uma distância
segura. A caverna, graças ao fogo, em geral produzido por homens por meio de
fricção, tornou-se um lugar seguro, mas foi a mulher que, organizando e
mantendo habitável o seu interior, inclusive cuidando da manutenção do fogo, transformá-la-á
em um lar, melhorando as suas condições e a de sua família, e ampliando consideravelmente
as chances de sobrevivência da humanidade. Agora, ao concluir sua incursão na
área de caça, tendo se defrontado em campo aberto com terríveis predadores e
grandes herbívoros, igualmente mortais, um grupo de caçadores pode, ao retornar
à caverna de seu grupo, encontrar um lugar seguro, iluminado, aquecido, limpo e
confortável, para os padrões do paleolítico. Aí os aguradam, ansiosos, outros
membros de seu grupo, com os quais mantém relações muito estreitas, membros de
sua família: ascendentes, descendentes, contemporâneos, em geral mulheres,
crianças e velhos. Ao redor da fogueira, saboreando o resultado do trabalho de
todos, como a carne da caça e os frutos da coleta, conversarão sobre os sucessos
do dia, como que em uma catarse coletiva, numa distensão geral, enquanto
observam com mais cuidado as qualidades e os defeitos daqueles que lhe são mais
próximos. Do local onde ardia o fogo doméstico, com tudo o que ele representa
de “familiar”, e que na nossa língua se chamará “lareira”, evoluirá o termo “lar”,
um paraíso privado, construído por mãos humanas.
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Caos no espaço público
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Ocorre então, por força desse ambiente, uma verdadeira revolução psicológica;
os laços afetivos se aprofundam, ganham extensão e se diversificam,
hierarquizando sua intensidade preparando o homem para mais um invento
formidável: a família nuclear, capaz de gerar, nas mais variadas direções, um nível
de motivação que, por vezes, nem o instinto de sobrevivência consegue superar.
Agora ali, na tranquilidade de seu lar, solidamente ancorado na sua
afetividade, esse homem pode se dedicar ao invento de novas ferramentas, além de
aperfeiçoar as antigas.
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Muitos falam que o grande disparador do sucesso da humanidade, uma espécie
animal tão frágil que, observada em sua origem, seria vista como condenada a
disputar, com pequenos roedores e vegetais, os nichos mais elementares da
cadeia alimentar, teria sido a posição ereta, que liberou as mãos para o
fabrico das ferramentas ou ainda o fogo, que lhe deu poder sobre todos os
outros animais, sua fonte mais abundante de proteínas, etc. Para mim, sem
ignorar a enorme importância dos momentos anteriores, o grande evento evolucionário,
que marcou definitivamente a passagem de um estado de “barbárie” e
indiferenciação, para um estágio civilizacional flexível e diversificado, com
um potencial tecnológico formidável, foi a invenção do lar; uma espécie cápsula
de sobrevivência complexa e sutil, ao mesmo tempo material e psicológica,
desenvolvida pela ação das mulheres lá na pré-história.
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Percorrendo a evolução dos primeiros estágios da humanidade, vemos, no
Paleolítico Superior, homens e mulheres a vagar indiferenciados em pequenos
bandos nômades, ocupando precários abrigos temporários, dedicando-se ambos às
mesmas atividades (coleta, caça pequena e necrofagia), a evolução se dava então
muito lentamente – os primeiros artefatos tiveram que esperar centenas de
milhares de anos antes de apresentarem melhorias apreciáveis. Nessa época homem
e mulher só tinham uma preocupação: pegar o máximo de alimento que pudessem e
escapar do ataque de predadores circundantes, provavelmente subindo numa
árvore. Sua única proteção corporal era a densa camada de pelos que envolviam
um corpo frágil, com 30 a 40 quilos de peso e pouco mais de um metro de altura.
Não passavam de pequenos macacos esquisitos, com uma mania incurável de estar
sempre buscando coisas no chão.
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Nessa época, em que fêmeas e machos competiam e cooperavam pelas mesmas tarefas,
não se viu nenhum progresso apreciável nas comunidades humanas, da mesma forma
que machos e fêmeas de outros primatas antropoides parecem não sentir o tempo
passar. Quando as comunidades humanas passaram a realizar uma certa divisão de
tarefas, elas deram, sem o perceber de início, o “pulo do gato”, e geraram
condições para as revoluções que se seguiram – erram muito, portanto, aquelas
ou aqueles que veem a internação da mulher nas cavernas como uma imposição
unilateral dos homens, numa demonstração gratuita de força, como se fora uma
“prisão”, ou um processo, ainda que inconsciente de “domesticação” ou
“dominação” da mulher, enquanto o homem ficava com a “liberdade” dos espaços
públicos.
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Adão
e Eva no paraíso.
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A tranquilidade gerada pela organização do lar também beneficiou a mulher, uma
vez que a sua contribuição à alimentação do grupo, a coleta de frutos
silvestres, agora se dava em áreas cada vez mais amplas, livres de predadores,
afastados pelo fogo ou abatidos por armas cada vez mais eficientes que estavam
sendo desenvolvidas, o que não só ampliou o montante da coleta como
permitiu-lhe, por meio de atenta observação e classificação, descobrir o ritmo
e as condições ideais de maturação das sementes. Está cada vez claro que devemos
às mulheres a descoberta da agricultura, resolvendo o problema da escassez
crônica de alimentos, própria dos grupos nômades de caçadores e coletores.
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Mas a situação geral das comunidades, já melhorada, ainda não era a ideal, uma
vez que não havia ainda uma fonte de proteína animal que saciasse as
necessidades alimentares globais do grupo. Seja como for, mais uma vez a
precariedade das situações de caça ou confrontos com outros grupos, com o
desfile de tragédias dele decorrente: longos períodos de afastamento dos
homens, membros quebrados, gente devorada ou morta em acidentes de caça ou
conflitos, doenças estranhas trazidas para dentro da família, etc. provocaram o
gênio feminino a encontrar uma solução. E ela veio na forma de domesticação dos
animais.
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Durantes as caçadas, filhotes, a quem não interessava abater por seu pequeno
porte, eram trazidos para a comunidade, provavelmente até como um troféu ou
alguma finalidade mágica – submetê-los a rituais que permitissem de alguma
forma controlar, à distância, os membros maiores daquela espécie, o que era do
interesse dos caçadores – acabavam por se integrar forçosamente ao grupo. No
convívio das pessoas da comunidade, principalmente mulheres e crianças, foram
feitas observações valiosas sobre o comportamento desses animais, isolando e
aprimorando aqueles cujas características mais interessavam ao grupo, e assim,
paralelo à domesticação das primeiras espécies agricultáveis surgiu a domesticação
e a criação de animais para trabalho e corte, descoberta também feita pelas
mulheres. No convívio com animais e plantas, as mulheres, principalmente,
puderam observar melhor o efeito da ingestão delas nos animais e em pessoas –
algo semelhante era feito, de forma muito mais esporádica e em piores condições
pelos caçadores, no seu campo de caça – o que lhes permitiu descobrir e
aprofundar o conhecimento da farmacopeia natural (Paulo Freyre fala sobre isso,
quando trata dos saberes da mulher indígena no seu Casa grande e senzala).
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A mulher seguia expandindo as possibilidades de sua formidável célula de
sobrevivência, oferecendo ao homem, de maneira muito mais fácil, aquilo que ele
a duras custas pegava na natureza. A invenção do lar revolucionará a própria
evolução, e nada é mais correto e apropriado do que falar em uma Revolução
Neolítica, englobando a agricultura, o pastoreio, a cerâmica e a tecelagem,
além da ideia de um mundo sobrenatural, capaz de estabilizar ainda mais o mundo
real, já apontando para as grandes civilizações, aquela em grande parte devido
à intervenção da mulher. Foi a invenção do lar, organizado e hierarquizado pela
mulher, que deu substrato e possibilitou a espantoso e rápido progresso
civilizacional do homem primitivo, que alguns fantasiosos preferem creditar a
extraterrestres, mas que os antigos, que não o ignoravam, agradecidos
expressaram esse fato na forma de elaboradas estatuetas femininas, as “vênus
pré-históricas”, sem paralelo na representação masculina da época. A mulher,
enquanto gênero, ganha status de “deusa” de ser extraterrestre.
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É interessante observar o quanto disso transparece no mais célebre mito
criacionista do mundo: o de Adão e Eva. Eva fala com um animal, a serpente,
como se faz num processo de domesticação, da mesma forma que é ela quem
apresenta o fruto da arvore, a agricultura, para Adão comer. Pelo texto, parece
que Eva foi a primeira a sucumbir e que, na sua queda, arrastou o homem,
aparentemente o mal entrou no mundo pelas mãos da mulher, mas mesmo abstraindo
a possibilidade desse mito ser criado num ambiente pastoril, que temia e
odiava, com razão, os povos agrícolas dos vilarejos do Oriente Médio do segundo
milênio antes de Cristo, a promessa de superação desse erro é feita à mulher e
não ao homem, e condena o homem à agricultura, prevendo-lhe a perda de sua
liberdade de caçador, a mesma que supostamente desfrutava no Jardim do Éden. Entretanto,
contrariando esse início, aquele que veio reciclar a humanidade desde Adão,
Jesus Cristo, tomará da agricultura a maioria dos termos que explicam a sua concepção
de “Reino de Deus”. Seria o mito de Adão e Eva um relato poético não do início
da humanidade propriamente dita, mas da descoberta da família nuclear, da união
monogâmica (“no princípio não foi assim”)?
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Bem, a estrutura estava montada principalmente, embora não exclusivamente, pela
mulher, para que a humanidade se organizasse em pequenas comunidades agrícolas,
pacíficas, sustentáveis, alimentadas pela solidariedade grupal. As aldeias,
fortemente vinculadas por laços parentais sanguíneos. O conceito de família
pode ser considerado como uma extensão inevitável do lar, que aos poucos se
expande para ocupar áreas públicas cada vez maiores; e surgem as aldeias. Nas
aldeias, espaço ocupado por uma família expandida, a tribo, representa um
momento de transição da caverna para a cidade, mas talvez seja justamente nesta
expansão que ela começa a perder, a ver diluído o seu caráter de “lar”.
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Ao mesmo tempo em que a comunidade humana vivia a abundância de alimentos de
origem animal e vegetal, observava-se o desenvolvimento de armas cada vez mais
eficazes, tanto para a caça como para a pesca – poderíamos citar o arco e a flecha
e o propulsor de azagaia ou estólica, a rede de pesca, etc – afastavam qualquer
possibilidade de reação bem-sucedida por parte das presas, fosse qual fosse o
seu tamanho ou periculosidade, exceto em casos de acidentes, levando algumas
delas a serem extintas nesse processo. Mas se a caça já não apresentava
desafios do passado, em virtude do poder advindo da posse de ferramentas tão
eficientes, criadas tanto pelos caçadores no recesso tranquilo de um lar
regiamente abastecido, como por artesãos hábeis e especializados, sustentado
pelos excedentes gerados pela agricultura e o pastoreio, novos desafios surgem
apresentados pelo comércio, feito a partir de excedentes agrícolas, pastoris e
artesanais, uma nova possibilidade se abre, a saudosistas e conservadores,
ciosos de seu status de “caçadores”, ao tomar conhecimento, por meio do
comércio, das possibilidades de comunidades vizinhas: “por que, ao invés de nos
desgastarmos, perdendo tempo e recursos, para criar nossos animais e colher
nosso plantio, e ainda termos que disponibilizá-los, em demoradas negociações
com nossos vizinhos, para adquirirmos matéria-prima ou artefatos que só eles
fabricam, não vamos lá e pegamos isso tudo à força?” Se certo político
brasileiro vivesse nesse período ele decerto afirmaria: “isso, sim, é coisa de
homem!”
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http://www.dailymail.co.uk
Vencida
a natureza, submetidos os predadores, o macho transforma o espaço público num
inferno; um inferno mundial!
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À medida que as ações bélicas, ligadas muito mais a questões de prestígio
representado pela ostentação de um poder ou de uma força, de caráter
tipicamente masculino, envenena as relações das primeiras comunidades humanas –
o primeiro assassinato descrito na Bíblia envolve dois homens e uma questão de
prestígio – o estresse da caça, que antes ameaçava a integridade do primeiro
lar, agora é substituído pelo estresse da guerra intermitente, mas contínua,
uma das mais “relevantes” contribuições masculinas à sobrevivência da
humanidade, e de tal forma a impregnou que um dos aforismos mais aceitos e
persistente nas civilizações ocidentais é: “se queres a paz prepara-te para a
guerra!” Essa foi uma grande vitória do patriarcalismo belicista tradicional e
a derrota de um projeto original, feminino, que se desse certo transformaria o
mundo num gigantesco lar, cercado por um jardim de delícias. O conceito de
civilização nasce, pois, marcado pelo medo, pela possibilidade da guerra repentina,
que seria tanto mais presente e ameaçadora quanto mais criativa, abastada e
esplendorosa fosse a civilização derivada do trabalho de homens e mulheres. Não
é mais o fogo privado da caverna que mantém homens, mulheres e crianças
abrigados, seguros e afetivos no recesso do lar, mas exércitos postados em
fronteiras distantes, e até no exterior, que dão aos grupos familiares do
estado moderno a falsa ideia de segurança, que o crime comum, nos países
subdesenvolvidos, e os terroristas, nos mais desenvolvidos, ameaçam a cada
momento. Nesses grupos familiares onde homens e mulheres se esforçam e se
esfalfam para provar quem é o melhor e mais merecedor de prestígio, a partir de
parâmetros quase exclusivamente masculinos, pouco importa que em algum lugar
distante do planeta, um artefato de chamado “Mãe de todas as bombas”, numa
afronta ao que há de mais exclusivo na mulher criadora de vida humana, destrói
tudo que é vida em um largo espaço, com direito a filmagem, reprise e comemoração.
O fracasso completo do projeto feminino para a humanidade, que só será maior
quando todas as atividades ligadas à guerra forem exclusivamente ou majoritariamente
realizadas por mulheres.
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Fazendo uma breve conclusão, podemos dizer que, depois de garantir os alicerces
civilizacionais, a mulher foi segregada ao ambiente doméstico numa posição
ambígua, que variava de civilização a civilização, conforme a sua cultura lidasse
com essa questão com mais ou menos “abertura” – não está claro para mim, que
houve uma conspiração consciente do “macho”, passível de ser generalizada a
todas as mulheres do mundo, independentemente da cultura, mas antes que homens
e mulheres, ao adentrar ao estágio civilizacional, perderam elementos psicológicos
e sociológicos importantes do período anterior, e ambos tombaram vítimas do
medo generalizado que se criou da expectativa de guerras sempre presente, e que
nessa derrocada teve maior peso a interferência do elemento masculino, pelo
menos pelo que sabemos ou julgamos saber sobre a evolução das sociedades
ocidentais.
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A guerra é a antievolução, a involução. Muitos, entre os tradicionalistas e
conservadores, alegam que ela aprimora o caráter, torna o homem mais valente e mais
rijo para os confrontos da vida e da luta pela sobrevivência, inclusive quando
na necessidade de proteger os seus do ataque covarde de agressores, alegando
ainda que na guerra, premida pela necessidade, a inteligência humana trabalha
muito mais intensamente, gerando grandes saltos tecnológicos. Entretanto há um
grande engano em tudo isso. Em primeiro lugar as autoridades militares fazem o
possível para equipar o seu exército com as melhores armas e o melhor material
humano possível, portanto tem mais interesse em convocar os mais inteligentes e
saudáveis jovens da nação, ou seja, justo o que há de melhor ou de mais
promissor; segundo, na hora do combate, aqueles que já possuem, trazido já de
casa, de sua longa convivência com os parentes, principalmente a mãe, um
caráter firme e honesto, decerto não recusarão, antes se apresentarão, para a
missões mais difíceis e perigosas, ao contrário dos covardes e maus-caracteres,
que farão o possível, e até o infame, para se safar, e que por isso terão muito
mais chances de sobreviver que os primeiros. Que dizer de ferimentos,
incapacitação, excessos de toda natureza, que homens bons se vêm forçados a
fazer ou a “fechar os olhos” pelas contingências da guerra? Quantos inventos,
descobertas, obras de arte, poesia, literatura, exemplos de vida, não
terminaram os seus dias revolto na terra dos campos de batalhas, onde gerações
e mais gerações, do que havia de melhor entre os povos, foram entregues à morte
precoce? E por quê?
https://fsmedia.imgix.net/c6/f5/4c/19/bae2/4635/a62b/48f26bc0f8dd/the-amazons-slice-through-german-soldiers-like-swiss-cheese-in-wonder-woman.jpeg?rect=0%2C136%2C2700%2C1347&auto=format%2Ccompress&w=1200
https://www.inverse.com/
Um
trágico engano.
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Ao sair de casa para assumir cada vez mais os espaços públicos, lugares hoje de
guerras, conflitos, simulações e violências variadas, a mulher pode dar uma
contribuição inestimável e extremamente necessária ao aprimoramento da
humanidade, à melhoria do mundo, mas antes ela terá que fazer uma escolha
crucial entre duas alternativas: primeira, sair para competir naquilo que os
homens já fazem e provar que ela é a “mulher-maravilha”, pela exacerbação do
que há de pior no masculino; segunda, resgatar algo perdido lá no fundo da
caverna, da experiência muitas vezes milenar da humanidade, projetando para
fora do ambiente familiar o conceito de mundo e de humanidade como uma enorme família,
feminilizando e fecundando a Terra outra vez, transformada agora em um único
lar, um lar mundial para todos, homens e mulheres, um lugar, enfim, onde não
pareça insensatez desejar uma vida mais longa.
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