domingo, 1 de outubro de 2017

ADAM SMITH – LINHA DO TEMPO

Eduardo Simões

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Alunas da Kirkclady High School, a escola de Adam Smith, visitando a Escola de Enfermagem e Ciências da Saúde da Universidade de Dundee. Na época de Smith não havia esse tipo de frequência na escola...  

1729-1737: Smith entra para a Burgh School of Kirkcaldy, atual Kirkcaldy High School, uma das escolas mais prestigiosas da época, dirigida pelo professor David Miller, muito conceituado na Escócia e alhures.  Diz o biógrafo francês Albert Delatour, Adam Smith, sa vie, ses travaux et doctrine, sobre esse período:
Desde essa época ele se fez notar por sua memória prodigiosa, servida por uma autêntica paixão pela leitura, que o fazia consagrar desde já aos estudos os seus períodos de recreação, sem nunca se misturar aos seus colegas [sintoma de certa sociopatia, por razões óbvias, se considerarmos o seu histórico anterior e exclusivo de “filhinho da mamãe”]; por outro lado, a sua compleição delicada afastou-o dos exercícios violentos e o colocou numa situação de inferioridade permanente aos olhos de seus colegas. Ele passava o tempo a ler, observar e refletir. Também adquiriu o hábito muito acintoso de falar sozinho, e de ficar distraído, mesmo quando acompanhado, singularidades que só se agravaram com o passar dos anos, e que davam um aspecto por vezes bizarro à sua fisionomia. E, no entanto, seus companheiros “pegavam pouco no seu pé” [bullying], uma vez que ele se mostrava sempre bom, generoso e prestativo, de sorte que seus colegas lhe queriam bem e poupavam-no de suas brincadeiras e sarcasmos, próprios desse período e à rude disciplina das escolas da época” (tradução livre).
Dessa excentricidade de Smith sobraram alguns relatos simplesmente memoráveis, descritos por R. L. Heibroner, Introdução à história das ideias econômicas. Um vez, já famoso, seguia na companhia de um amigo, em uma franca conversação quando uma sentinela de um prédio público, em frente, desceu uma escadaria, o cumprimentou e deu meia volta; para surpresa do interlocutor Smith seguiu o soldado marchando logo atrás, ao chegar no cimo da escadaria brandiu a bengala como se fosse uma espada, desceu a escadaria e retomou a conversa de onde havia parado; suas roupas eram despropositadamente coloridas.
Na Wikipedia, em inglês, lê-se: “Era acometido de feitiços ocasionais e doenças imaginárias. Guardavas seus livros e papeis em altas pilhas no seu escritório [ao invés de usar estantes]. Conforme uma história, ele levou o importante político inglês Charles Towshend [1725-1767] a um curtume fabril, para lhe mostrar as vantagens do livre-comércio, quando no meio de uma exposição caiu dentro de um tonel de tanino [que ficava rés ao chão], sendo necessária a ajuda dos empregados para retirá-lo de lá Certa vez ele pôs, sem perceber, pão e manteiga dentro de um bule de chá, e depois disse que aquele fora o pior chá que ele já tomara. Certa vez ele saiu só de camisola de sua casa, e caminhou distraído, conversando consigo mesmo, até várias milhas fora da cidade, quando o sino de uma igreja o despertou para a realidade... [era dominado por temores fúteis], James Boswell [1740-1795], seu aluno na Universidade de Glasgow... disse que ele evitava falar de suas ideias em público com receio que diminuísse a venda de seus livros, e por isso era uma companhia muito desinteressante... Ele teria dito: “não vejo nenhuma beleza em mim, exceto em meus livros” (tradução livre). Usava roupas coloridas, bem chamativas, e recusava-se invariavelmente a posar para retratos, por isso são poucas as imagens que sobraram dele, a maioria feita de memória pelos artistas.

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...E talvez por isso ele tenha ficado esquisitão!

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