TUCANOS
CONJUNGAM O VERBO TUCANEAR
Prof
Eduardo Simões
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Nunca a expressão “ficar em cima do muro”, referindo-se ao PSDB, foi tão
verdadeira quanto no presente. Após uma longa e tormentosa discussão, sobre a
conveniência ou não de salvar o governo Temer de si mesmo, de sua corrupção
viciosa, recheada de atrasos, esperas e posicionamentos ambíguos, venceu a lógica:
o PSDB continua no governo, “pero no mucho”.
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A estratégia do PSDB é clara: proteger e reforçar o governo Temer naquilo que
ele tem de positivo: a economia, para garantir a posse de uma herança viável e
“gorda”, uma economia “enxuta” e dinâmica, em 2018, embora encharcada de lama.
A lama da corrupção que continuará a se entranhar pelo sistema, ameaçando travá-lo
mais adiante. E aí começa tudo de novo...
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Porém, há outro cálculo ainda mais complexo e escandaloso: a ajuda atual ao governo
Temer garantirá o apoio do PMDB temerário ao acobertamento do crime do
principal entre os tucanos: o senador e presidente licenciado do partido Aécio Neves,
pego de “calça curta” num diálogo muito mais comprometedor que o de Temer, e
até hoje perfeitamente aninhado na elite tucana. Por que o partido não iniciou
um processo de expulsão, como qualquer partido que preza a sua imagem e a sua história.
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A dificuldade para esse cálculo tão imediatista é o peso que tem ou terá, nas próximas eleições, o fator moral. É possível que o lema “rouba, mas faz” já
não empolgue tanto a sociedade brasileira como no passado. Falando pela classe
média politizada, consciente, um dos mais ilustres e honrados membros do PSDB,
o jurista Miguel Reale, já fez as malas e pediu a conta. Está fora. Tasso
Jereissati, célere, vem a público, para tranquilizar os quase extintos sociais-democratas
do partido, a dizer que, embora no governo, o partido estará diariamente vigilante.
Vigilante para quê? Para ver se se confirma o que todo mundo já sabe ou para
romper com o governo caso apareça uma nova modalidade de corrupção? Ou seja, está e não está no palácio, a sua gaiola dourada.
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Quem esperava que o PSDB pudesse ser o “novo” na política brasileira já está
bem desenganado. Pretextam, os mais antigos tucanos, calma e prudência, as virtudes
dos sábios, que os políticos brasileiros da velha guarda sempre usaram para
camuflar a sua covardia e o seu oportunismo de ocasião, ou em bom tucanês um
belo pretexto para ficar em cima do muro.
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O muro, no entanto, está podre, quiçá desabe em um mau momento.
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