quarta-feira, 25 de outubro de 2017

FALÊNCIA JÁ!

Eduardo Simões

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__ Há uns vinte anos, num programa da Rádio Aparecida AM com a então futura secretária de educação de Aparecida, Maria Lucia Chad, apresentei meus temores quanto ao avanço da municipalização na educação, decorrente de absurda iniciativa de nossos ilustres congressistas, na atual LDB (eles tinham que estar por trás disso!), uma vez que nunca tivemos uma tradição municipalista forte, antes sempre fôramos, e ainda somos, muito dependentes do poder federal – basta perguntar a uma amostra de transeuntes quantos sabem o nome do Presidente da República e quantos sabem o do seu prefeito.
__ Meus temores se fizeram amplamente realidade, e ainda ontem escutei num jornal televisivo que um estudo da BBC inglesa constatou que a corrupção estava prejudicando fortemente o desempenho educacional do país, e que numa amostra de municípios cerca de 33% apresentavam indícios de desvio de verbas. Querem apostar como eles são, em sua maioria, os mais pobres, os que mais necessitam de redenção pela educação? As disparidades regionais, e até locais, deverão disparar... ainda mais. Compare-se isso à sabedoria finlandesa de iniciar a reforma, que levou seu país ao ápice da educação e do desenvolvimento, justo pelos municípios e regiões mais pobres!  
__ Aliás, quando votaram essa lei, muitos entre “eles” justificaram que o melhor combate à corrupção seria aquele feito pelo cidadão comum, em nível municipal. Estou tentando me conter... é muito descaramento, muito mal caratismo ou completa ignorância do que ocorre nesse país, supor semelhante coisa! Denunciar um prefeito ou secretário que esteja desviando verba é comprar uma briga seríssima com alguém que, invariavelmente, é mais rico e influente que você na sua cidade, que é seu vizinho, sabe onde você mora, conhece seus hábitos e os de sua família; esse “bandido” não é nem igual a você perante a lei: ele é superior, pois goza de foro privilegiado e geralmente se defende com os melhores advogados, enquanto que você, e boa parte dos munícipes, tem que fazer uso de defensor público ou de advogados inexperientes ou recém-formados, como nossos parcos salários permitem. E quanto ao Poder Judiciário? Dá-nos este algum alento? As grotescas variações de decisões de nossa corte mais alta mostra-nos que talvez seja preferível apelar para o “cara-ou-coroa”. Nem a vantagem de um calvário breve e barato a nossa “justiça” garante.

__ A situação da nossa educação básica periclita e piora muito a cada instante em que hesitamos em tomar medidas enérgicas e continuamos a fingir que nada está acontecendo. É PRECISO REVERTER A MUNICIPALIZAÇÃO JÁ!

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